Entre os dias 25 e 31 de março, a cidade de Fortaleza, no Ceará, sediou a Teia 2010 - Tambores Digitais. O evento foi realizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura pela Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, representado pelo Instituto da Cidade, em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo do Ceará.
A Teia é um encontro de manifestações culturais de diversas regiões do país. Esta foi a sua quarta edição e a terceira do Fórum Nacional de Pontos de Cultura. Os eventos anteriores ocorreram em São Paulo (2006), Belo Horizonte (2007) e Brasília (2008).
O encontro reuniu vários Pontos de Cultura
O encontro reuniu vários Pontos de Cultura
foto:Divulgação
O foco da Teia 2010 foi a comunicação e a cultura digital. O nome "Tambores Digitais" é uma referência à fala do mestre da Casa de Cultura Tainã, que compara o instrumento usado como forma de comunicação entre as tribos à internet.
Durante o evento foram realizados seminários, painéis, debates, exposições, feira de economia solidária e apresentações artísticas. As atividades contaram com a presença de convidados do Brasil, da África, Europa e América Latina, e com a participação de representantes de 2.500 Pontos de Cultura. O objetivo destas discussões foi fazer da Teia um espaço político e cultural e discutir a gestão compartilhada do Programa Cultura Viva, do MinC.
Redes Indígenas
Moisés Piyãnko Ashaninka
Moisés Piyãnko Ashaninka
foto:Ascom SCC/MinC
O encontro reuniu vários Pontos de Cultura Indígenas e projetos como Vídeo nas Aldeias e Índios Online. Foram feitos relatos das experiências vivenciadas, com registros de expressões culturais feitos por meio de recursos audiovisuais. O valor da Implantação dos Pontos de Cultura para a cultura dos povos indígenas foi o grande destaque dos debates da Teia das Ações - Redes Indígenas.
Para as lideranças indígenas presentes, os cerca de 60 Pontos de Cultura que existem hoje - parte pelo programa Cultura Viva, parte pelo programa Mais Cultura - têm ajudado a proteger e a divulgar a cultura tradicional de seus povos.
Segundo Moisés Piyãnko, liderança indígena Ashaninka, os Pontos de Cultura vão assegurar a manutenção das crenças e dos conhecimentos tradicionais. "Podemos, com os documentários, levar o conhecimento de nossa história às pessoas que vivem fora das aldeias", acredita.
Encontro de manifestações culturais de diversas regiões do país
Encontro de manifestações culturais de diversas regiões do país
foto:Divulgação
No encontro, que contou com a participação de parceiros do Ministério da Cultura, como o Museu do Índio, a Fundação Nacional do Índio, a Rede Povos da Floresta, a Associação Cultura e Meio Ambiente e o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, dentre outros, foram levantadas ainda as dificuldades enfrentadas para a criação dos Pontos de Culturas nas aldeias indígenas.
Virgínia Gandres, Dominique Aguiar e Deborah Castor representaram a Rede Povos da Floresta durante o evento. Virgínia contou sobre algumas dificuldades enfrentadas no transporte de equipamentos: "Enfrentamos problemas de logística, por exemplo, para fazer os computadores chegarem até a floresta. Tivemos que carregá-los nas costas e transportá-los por canoa, que é o único transporte que chega até algumas aldeias".
Moisés Piyãnko Ashaninka
Moisés Piyãnko Ashaninka
foto:Ascom SCC/MinC
O secretário da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, Américo Córdula, declarou que os 30 primeiros Pontos de Cultura Indígenas, implantados pelo programa Mais Cultura são uma experiência piloto, e que, até o final de 2010, devem ser implantados mais 135 pontos em aldeias e comunidades indígenas de todo o país. "Queremos agregar novos parceiros para sedimentar esse projeto até o final do ano", afirmou Córdula. Ele lembrou ainda que o Colegiado Setorial para as Culturas Indígenas, do Conselho Nacional de Política Cultural ajudará na criação do Plano Setorial de Cultura Indígena, que delineará as ações para o segmento.
Fontes:
Teia 2010 - Tambores Digitais Ministério da Cultura
quinta-feira, 8 de abril de 2010
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